1 de ago. de 2012

Dirigimos o novo Audi S6



Em tempos de downsizing parece uma coisa insana pensar que a última geração do Audi S6 bateu em nossas portas ainda em 2006 com um motor V10 5.2 l aspirado, que gerava 429 cv e 45,3 kgfm de torque. “Nossa, isso sim é um topo de linha”, você poderia exclamar com razão. Porém, você seria lembrado de que havia o RS6, ainda mais potente acima dele. “Nossa, eu me lembro dele”, diria. Coincidentemente o novo S6 vem com um V8 biturbo com mais potência e torque: 414 cv e 56,1 kgfm, para sermos precisos. O que não era tão esperado é que o novo S6 pode funcionar apenas com 4 cilindros em condições de menor exigência, fazendo impressionantes 12 km/l e emitindo 226 g CO2/km – um grande passo em relação ao V10 que fazia 8 km/l e 319 g CO2/km.



Este V8 de 4.0 litros é basicamente o mesmo motor da linha de entrada – porém mais potente – do Bentley Continental GT V8, e como ele é suave. Você coloca o carro em movimento e chega a duvidar que o motor esteja ligado. Em descida então, aí esta impressão se acentua. Fica clara a atuação da tecnologia que desativa metade dos pistões, quando os tuchos discretamente selam as válvulas correspondentes, fazendo com que quatro pistões subam de desçam apenas pelo movimento mecânico.

Este refinamento não é total, depende bastante do sistema Active Noise da Audi, que cancela sons indesejáveis no habitáculo através da emissão de outros, praticamente inaudíveis ao ouvido humano, através do sistema de som do carro. Parece ficção científica, mas funciona, ajudando a proporcionar uma atmosfera silenciosa e calma ao interior revestido em couro.




Se você quiser cancelar esta parafernália toda, basta pisar no acelerador de forma vigorosa e ouvirá novamente o inconfundível ronco do V8, que cresce de forma linear, rápida, mas sem escândalos até chegar à faixa dos 6.500 rpm. O câmbio de sete marchas e dupla embreagem é a única opção, mas se casa perfeitamente com o motor com suas trocas rápidas, suaves e efetivas, mostrando-se apenas um pouco relutante em reduções com meio acelerador, quando dá a impressão de estar ‘patinando a embreagem’ num momento e entregando potência imediatamente depois.

A calibragem de chassi e direção geralmente geram críticas de motoristas mais afeitos a tocadas mais esportivas, principalmente em estradas imperfeitas. Porém, nesse caso temos que admitir que a Audi acertou a mão, principalmente porque escolhemos um percurso de teste exatamente do jeito que os Audis não gostam. O sistema Audi Drive Select permite que você escolha a forma de conduzir entre Comfort ou Dynamic, ou ainda em Auto, que deixa o carro muito parecido com um camaleão. Em Comfort a direção elétrica não mostra nenhuma sensação, mas fica leve e fácil de manejar, ganhando carga à medida que você exige mais do carro. Selecione Dynamic e ela fica desnecessariamente pesada ao ponto de parecer que você está brigando com ela quando tenta apontar a frente o S6 em curvas fechadas.




O Drive Select também atua sobre o chassi e em Comfort, a dirigibilidade – em estradas boas – fica muito macia, enquanto em Dynamic nota-se qualquer imperfeição do piso. Certifique-se antes de selecioná-lo que a estrada que vai percorrer é boa, senão a experiência pode ser negativa e cansativa.
Pilote o S6 esportivamente e ele se mostra muito competente enquanto você sente sua tração integral distribuindo o torque através dos eixos, principalmente das rodas dianteiras que puxam o carro para dentro da curva, naturalmente provocando a traseira, mas sem a característica de um BMW 550i, por exemplo. Nada disso surpreende e muito menos afastará qualquer cliente potencial do S6.
Mais importante para estes clientes é sua estabilidade fantástica em qualquer clima, o motor fantástico, o interior suntuoso e, não nos esqueçamos, o porta-malas de 565 litros de capacidade – uma station BMW Série 5 leva 560 litros – acessíveis a um simples toque em duas cintas que rebatem facilmente os bancos. Em termos de diversão pura, o S6 fica devendo um pouco, mas se analisarmos seu desempenho geral em diversas situações, são poucos os carros que podem encará-lo. 

Especificações
Preço: R$ 180 mil (na Europa)
Motor: V8 3.993 cc 32V, 414 cv @ 5.500-6.400 rpm, 56,1 kgfm @ 1.400-5.200 rpm 
Transmissão: Sete marchas automática embreagem dupla, tração integral 
Desempenho: 0 a 100 km/h em 4,7 s, 250 km/h, 12 km/l, 226 g CO2/km 
Peso/material: 1.950 kg/aço /  alumínio

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