16 de ago. de 2012

Avaliação: Dafra Roadwin na mão visível do mercado

Teste: Dafra Roadwin na mão visível do mercado


Com o amadurecimento do mercado brasileiro de motos, apareceram muitos segmentos novos. Desde modelos de altas cilindradas, com muito luxo e preços elevados, até variações de outras de baixa e média cilindradas. Nestes segmentos mais específicos, nem sempre o preço é o principal argumento de vendas. No caso das esportivas de pequeno porte, imagem agressiva e status contam muito. Mas não só. Desempenho é fundamental. E é desse mal que sofre a Dafra Roadwin 250R.


Mesmo custando quase 20% a menos que suas rivais de marcas tradicionais, como a Kawasaki Ninja 250 e a Honda CBR 250R, a Roadwin não conseguiu “chegar” no mercado. Ela foi lançada em fevereiro e só emplacou até agora 156 unidades, uma média de baixas 26 por mês, de acordo com a Fenabrave. As concorrentes comercializam dez vezes mais. Na lógica produtiva da unidade de Manaus da Dafra, a Roadwin está atualmente na entressafra. A marca faz escalas em sua fábrica em Manaus dependendo da demanda de cada modelo. Ela produz diversas unidades, cria um estoque e fica monitorando as vendas. Quando for necessário, volta à produção. Isso otimiza o funcionamento das linhas de montagem, que ficaram mais cheias esse ano graças à introdução de quatro modelos totalmente novos.



No caso da Roadwin, até agora as unidades produzidas antes do lançamento ainda estão atendendo à demando do mercado. Enquanto ela custa R$ 12.490, a Honda CBR 250R vai a R$ 15.490, valor que chega a R$ 17.990 com ABS, e a Kawasaki Ninja 250 fica em R$ 13.990 – preço promocional porque o modelo mudou lá fora. As duas dominam o mercado, com uma média de 270 emplacamentos mensais. A Kasinski, que tem um bom tempo de atuação no mercado, também consegue números razoáveis. A Comet GT250 R, que custa R$ 14.990, vende 210 exemplares/mês. 

A melhor explicação para essa disparidade está mesmo no desempenho do modelo da sul-coreana Daelim, montado pela Dafra em Manaus. Enquanto as rivais apresentam motor e comportamento realmente mais esportivos, a Roadwin se contenta apenas com um visual mais agressivo. A Comet GT250R e a Ninja 250 têm motor bicilíndrico, respectivamente com 29,4 cv e 33 cv de potência máxima. A Honda CBR 250R tem 26,4 cv de potência, mas é a mais leve de todas, com 150 kg, o que favorece a relação peso-potência. A Roadwin traz um monocilíndrico com comando duplo no cabeçote e refrigeração líquida, que desenvolve 24 cv a 9 mil rpm e 1,92 kgfm de torque a 7 mil giros. O câmbio é um tradicional manual de cinco velocidades com transmissão final por corrente.



No resto, a Roadwin vai bem. O desenho é bonito, ainda mais na cor vermelha brilhante. A dianteira marca presença, com os faróis com linhas talhadas e a entrada de ar triangular entre eles. Acima surge o para-brisa montado com parafusos aparentes. A carenagem cobre toda a lateral da Roadwin e vai terminar quase no escapamento. Dois entalhes ajudam o motor a “respirar”. A traseira é alta e traz luzes de led. O detalhe final que ajuda a dar charme à miniesportiva é o adesivo nos aros da roda na cor da moto. Ajuda a aumentar o apelo esportivo. Coisa necessária nesse segmento, mas não suficiente.

Impressões ao pilotar

Enigma elementar
O visual da Dafra Roadwin faz muitas promessas. Carenagem que cobre todo o motor, cores vibrantes, design agressivo, que parece entalhado à base de espátula, lanterna em led, entre outros elementos estéticos, induzem uma esportividade que o motor de 24 cv não é capaz de entregar. Ainda mais gerenciado por um câmbio de apenas cinco marchas. O desempenho da Roadwin é apenas correto. Isso a deixa abaixo da expectativa de quem quer uma esportiva e essa “frustração” é possivelmente a principal responsável pelas baixas vendas do modelo.



Por um valor menor que o pedido pelo modelo da Dafra, a líder nesta faixa de cilindrada, a Honda CB 300R, entrega mais desempenho e potência. E é com ela que, afinal, a Roadwin disputa consumidores. Talvez o mercado de motos de baixa cilindrada no Brasil já esteja já em um grau de maturidade que extrapola o “encantamento” que um design bem urdido possa produzir. O motociclista é, por força do uso, um bocado pragmático. Interessam a ele a aceleração, a retomada, que velocidade cada marcha alcança, como é a capacidade de frenagem e quanto consome. Não há espaço para tantas luzes e mimos a ponto de distrair sua atenção, como ocorre em um carro. Nada na aceleração, frenagem, consumo ou estabilidade destacam a Roadwin da multidão. É somente uma moto correta, razoavelmente equilibrada, com desempenho mediano e um belo visual esportivo. 

Ficha técnica

Dafra Roadwin 250R
Motor: 
A gasolina, quatro tempos, 247 cm³, monocilíndrico, duas válvulas por cilindro, comando simples no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto.
Câmbio: Manual de cinco marchas com transmissão por corrente.
Potência máxima: 24 cv a 9 mil rpm.
Torque máximo: 1,92 kgfm a 7 mil rpm.
Diâmetro e curso: 73,0 mm X 59,0 mm.
Taxa de compressão: 11,0:1.
Suspensão: Garfo telescópico com 128 mm de curso. Traseira do tipo braço oscilante com um amortecedor, com 26 mm de curso.
Pneus: 110/70 R17 na frente e 130/70 R17 atrás.
Freios: Disco duplo, pinça com pistão duplo na frente e disco simples de 290 mm em forma de pétala, pinça com pistão simples na traseira. ABS de série.
Dimensões: 2,02 metros de comprimento total, 0,78 m de largura, 1,18 m de altura, 1,39 m de distância entre-eixos e 0,78 m de altura do assento.
Peso: 158 kg a seco.
Tanque do combustível: 15 litros.
Produção: Manaus, Brasil
Lançamento mundial: 2012.
Preço: R$ 12.490.







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