15 de jul. de 2012

A Inglesa TVR já era



TVR, uma companhia adoravelmente em frangalhos, está oficialmente morta. Sim, nós sabemos; ela tem estado ausente do mercado por anos, mas ontem uma declaração do seu “dono”, o bilionário adolescente russo Nikolay Smolensky (32 anos), confirmou o pior. O certificado de óbito foi emitido. Se o nome TVR irá aparecer de novo, não será em carangas ridiculamente potentes e mal-produzidas, mas em turbinas eólicas portáteis.
Insira sua piada aqui.


A TVR foi comprada por Peter Wheeler, o magnata fumante e fascinado por coisas retrô da indústria química de Lancashire, nos anos 1980 e deu forma aos carros que fascinaram a todos. Wheeler, que morreu em 2009, tinha bom gosto para design e, sob sua direção, os TVR ficaram ainda mais impressionantes e iconoclastas. Tipicamente, Wheeler não aceitava receber crédito por suas criações, tanto que ele deu crédito pelo design das coberturas das setas do Chimaera ao seu cão Ned, que teria mordido fora um pedaço do modelo em argila.
Os carros eram bem “velha guarda”, do jeito que Wheeler queria que fossem. Feitos com canos soldados e cobertos em fibra de vidro, eles eram montados em galpões velhos em Blackpool. Pense nisso como o “iStream” sem um propósito. havia pouco controle de estoque, de qualidade ou das finanças, mas a abordagem “low-tech” e artesanal permitiu que as imaginações das equipes de design e engenharia fossem às alturas. Pense neles como protótipos de Paganis.


O Cerbera, o pequeno Tamora, o Tuscan, o Typhon e o Sagaris tinham interiores luxuriantes mas desconcertantes e eletrônica que combinava com a alta ambição dos seus motores AJP. Mas eles eram rápidos e barulhentos e soberbos. Eles pareciam inacabados – e quase sempre estavam – e sempre tinha outro modelo que você nunca sabia se ele seria terminado ou não. E se fosse, você nunca sabia se teria alguma ligação com o conceito que o precedeu.
O Speed 12 de 1997 foi o ápice da ambição da companhia. Seu motor AJP12 7.7 deveria produzir quase mil cavalos (isto muito antes do Veyron) e, pesando 1.100 kg, ele deveria rivalizar com o McLaren F1 em termos de performance. Ele nunca chegou a ser produzido em série. Wheeler, um piloto mais do que capaz, decidiu que não daria certo. Embora alguns modelos de corrida tenham sido feitos, apenas um modelo “civil” foi feito. Dizem que era “assustador”.


Podia ter sido fruto de excesso de arrogância ou um mau presságio, mas o Speed 12 também marcou o fim da era Wheeler na TVR e ele vendeu a companhia, suas dívidas e consideráveis contas de consertos feitos em garantia para Smolensky em 2004, que continuou a tentar reerguer a companhia, mas diferente de Wheeler, ele nunca conseguiu.
Os TVR, sejam os do fim da era Wheeler, ou dos seus predecessores Martin Lilley e Trevor Wilkinson estão rapidamente ganhando o status de clássicos. Você não conseguirá comprar um Sagaris por menos de £40 mil (R$126.380). Ser dono de um é garantia de dores de cabeça eternas, mas nada cria sensações tão viscerais, barulhentas e aterrorisantes quanto um TVR. E parece que, a partir de agora, nada mais criará. Puxa, engraçado como você não sente falta de algo até que ele tenha sumido de uma vez por todas.





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