8 de fev. de 2012

Chevrolet Sonic: primeiras impressões das versões hatch e sedã



Detroit/Estados Unidos  – A General Motors do Brasil – como era de se esperar – não confirma. Afinal, são raríssimas as ocasiões em que uma empresa do setor automotivo brasileiro confirma um novo produto com muita antecedência – todos temem que a expectativa pela novidade comprometa as vendas dos modelos já existentes.
Mas até as pedras da calçada da sede da empresa em São Caetano do Sul sabem que o Chevrolet Sonic será importado para o mercado brasileiro ainda esse ano, nas versões hatch e sedã. Como a produção na fábrica do México – que possibilita uma estimulante isenção dos impostos de importação – só deve começar em novembro, há a chance de o modelo vir antes, inicialmente trazido da Coreia do Sul, apesar da recente elevação dos impostos para importação de veículos produzidos fora do Mercosul e do México.
Tudo para não deixar o segmento de compactos mais sofisticados mais tempo entregue à eterna rival norte-americana Ford, que importa do México as versões hatch e sedã do New Fiesta. Os nacionais Nissan Versa, Fiat Punto e Linea, Honda Fit e City, Citroën C3 e Volkswagen Polo são outros concorrentes que o futuro Chevrolet irá encontrar por aqui nesse segmento.

A nova geração do Sonic foi apresentada no Salão de Paris de 2010 para se tornar o compacto mundial da Chevrolet. E, aos poucos, o novo modelo da General Motors foi se espalhando pelo globo. Começou na Coreia do Sul – onde o projeto foi desenvolvido – e depois chegou à Europa, onde é chamado de Aveo.
Em outubro, foi lançado nos Estados Unidos, onde é produzido na fábrica de Orion, no estado do Michigan. Em um país sem tradição em automóveis compactos, como os Estados Unidos, o Sonic está sendo apresentado como um carro para jovens.
Lá, o compacto é oferecido nas versões hatch e sedã e com duas opções de motores Ecotec, ambos a gasolina com quatro cilindros em linha, duplo comando de válvulas no cabeçote e a mesma potência de 140 cv – o mesmo do Cruze.

O mais comportado é o aspirado de 1.8 litro, que entrega sua potência máxima aos 6.300 giros e o torque de 17,2 kgfm nas 3.800 rotações, com opções de câmbio automático de seis velocidades ou manual de cinco velocidades.
E o mais “nervoso” é o 1.4 turbocharged, onde a potência máxima já aparece em 4.900 rpm e o torque máximo de 20,4 kgfm está a postos nas 1.850 rotações. Para este, há opção de câmbio automático ou manual, ambos de seis velocidades. As opções de acabamento são três: a básica LS, a intermediária LT e a “top” LTZ.

As medidas do Sonic o situam bem no meio do segmentos de compactos. O hatch tem 4,04 metros de comprimento, largura de 1,74 m e altura de 1,17 m, com 2,53 m de entre-eixos – o sedã difere apenas no comprimento, que é 36 cm maior.
O estilo desenvolvido na Coreia do Sul – onde a General Motors incorporou a estrutura da extinta marca coreana Daewoo – tem linhas agressivas e modernas, principalmente na versão hatch – o sedã tem uma solução traseira mais conservadora. A frente traz a indefectível grade ampla que caracteriza a atual identidade visual da marca, com a barra horizontal que sustenta a gravatinha dourada da Chevrolet.
Segundo os designers, os conjuntos óticos do Sonic são inspirados em motos esportivas. No perfil, o desenho tenta dar a impressão que o carro está em movimento, mesmo quando parado. No hatch, as maçanetas das portas traseiras são discretamente embutidas no alto da moldura da janela, transmitindo a sensação de que se trata de um cupê.

E o spoiler traseiro do hatch também reforça o aspecto dinâmico. Por dentro, o painel segue o estilo e também se inspira nas motocicletas. O velocímetro é digital, o conta-giros é analógico e vários sistemas do carro – inclusive o computador de bordo – possuem comandos no volante. O aspecto geral o interior é bem contemporâneo, com muitos porta-objetos e arrojadas combinações de materiais e texturas.
Em termos de equipamento, o Sonic norte-americano vai muito além do que se espera encontrar num compacto no mercado brasileiro – como o que virá para o Brasil será importado da Coreia do Sul ou do México, o nível de equipamentos certamente será diferente.

Oferece dez airbags – frontais, laterais dianteiros e traseiros, de cortina e para as pernas dos ocupantes dos bancos frontais –, rádio satélite com entrada USB e conectividade por Bluethooth, bancos dianteiros com aquecimento, tetos solar, ABS e EBD, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, além do sistema OnStar – que chama ajuda automaticamente em caso de acidente –, entre outros “gadgets” tecnológicos.
Nos Estados Unidos, o hatch é posicionado como a versão mais esportiva e equipada – e mais cara. Os preços começam em US$ 14,5 mil – o equivalente a R$ 26,6 mil – na versão sedã LT e vão até os US$ 18 mil – que equivalem a R$ 33 mil – na versão hatch LTZ turbo.

Como é comum no mercado norte-americano, tais preços são anunciados sem taxas nem opcionais. No Brasil, onde o carro certamente já irá chegar com uma motorização flex, os preços deverão se situar estrategicamente próximos ao New Fiesta – que começa em R$ 49 mil na versão hatch e R$ 51 mil na sedã.

Primeiras impressões - Sintonia com os novos tempos

É certo que as versões hatch e sedã do Sonic avaliadas na região de Detroit, nos Estados Unidos, contavam com um nível de equipamentos incomum nos compactos vendidos no Brasil – e que dificilmente estará presente na versão que será importada para o mercado nacional.
Mas é inegável que o modelo chegou ao mercado norte-americano preparado para brigar com o New Fiesta e com outros compactos que eventualmente se aventurem por lá. E que tem atributos para se sair bem também nas ruas e estradas brasileiras.

Não é difícil achar uma boa posição para dirigir o Sonic, que conta com eficientes ajustes de banco e volante. Nos bancos dianteiros, o espaço a bordo é amplo e permite viagens confortáveis. Nos traseiros, o espaço para os joelhos não é assim tão generoso – gente muito alta deve evitar longas viagens ali. Nada muito diferente dos outros modelos desse segmento. A visibilidade frontal é bem correta, assim como a retrovisão.
O trajeto de pouco mais de 100 quilômetros na periferia da chamada Motor City, que misturava trechos urbanos e rodoviários, deixou claro que o motor 1.8 litro de 140 cv – que equipava os dois modelos avaliados – dá e sobra para a necessidade de mover o compacto, qualquer que seja a configuração de carroceria.
O câmbio automático de seis marchas – presente nas duas configurações de carroceria testadas – permite que as mudanças de velocidade sejam feitas de forma suave e progressiva. E há também a possibilidade de acionamento manual das marchas, através de uma tecla na alavanca de transmissão – uma alternativa que deixa o modelo ainda mais “esperto” e divertido.

Logo que se começa a exigir um pouco mais de esportividade do Sonic, o carro responde dinamicamente de forma imediata, oferece acelerações consistentes e possibilita ótimas retomadas. Nessas horas o som grave do motor se faz perceber a bordo de forma pouco discreta – o que tem o “efeito colateral” de ressaltar a sensação de esportividade.
Nas curvas feitas em velocidade um tanto mais elevada, o modelo – que é equipado de série nos Estados Unidos com sistema de controle de distribuição de freios EBD – se mostrou bastante elegante, sem pregar sustos. A sensação de rolagem é bem pequena, quase imperceptível. Nas frenagens, as respostas também foram sempre serenas e equilibradas – coadjuvadas pelos freios com ABS de série.

A suspensão tem um ajuste um tanto rígido – o que é coerente com os generosos números de potência e torque do motor do carrinho. Por conta disso, quando passa por irregularidades na pista, o Sonic norte-americano trepida um pouco além do normal.
Certamente o Sonic que irá para o Brasil terá um conjunto suspensivo mais adaptado ao gosto dos brasileiros que procuram modelos desse segmento. Também não se sabe se a motorização adotada será assim tão potente.


Ficha Técnica - Chevrolet Sonic

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.796 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e sistema de abertura variável de válvulas. Acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automatico com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 140 cv a 6.300 rpm .
Torque máximo: 17,1 kgfm a 3.800 rpm.
Diâmetro e curso: 80,5 mm x 88,2 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira do tipo semi-independente com barra de torção e amortecedores hidráulicos. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: LS: 195/65 R15. LT: 205/55 R16. LTZ: 205/50 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS de série.
Carroceria: Hatch (sedã) em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 4,03 (4,39) metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,51 m de altura e 2,52 m de distância entre-eixos e Sedã de quatro portas e cinco lugares. Airbags frontais, laterais dianteiros e traseiros, do tipo cortina e para os joelhos nos bancos da frente.
Peso: 1.217 kg para o hatch e 1.234 kg para o sedã.
Capacidade do porta-malas: 339 litros para o hatch e 397 litros o sedã.
Tanque de combustível: 46 litros.
Produção: Michigan, Estados Unidos.
Lançamento nos Estados Unidos: 2011.
Lançamento previsto no Brasil: Segundo semestre de 2012.
Itens de série: LS: Ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, airbags frontais, laterais e de cabeça, freios ABS, controle de tração e estabilidade, assistente de arrancada em subidas e travas elétricas com comando à distância. LT: adiciona vidros elétricos e retrovisores elétricos, rádio/CD/MP3. LTZ: adiciona volante multifuncional, rádio/CD/MP3/USb/iPod/Bluetooth, bancos dianteiros com ajuste de altura, controlador de velocidade de cruzeiro, faróis de neblina, partida do motor à distância.
Preços nos Estados Unidos: LS: US$ 14.495 (equivalente a R$ 26.100) para o sedã e US$ 15.395 (R$ 27.700) para o hatch, LT: US$ 15.695 (R$ 28.260) para o sedã e US$ 16.495 (R$ 29.700) para o hatch e LTZ: US$ 17.295 (R$ 31.150) para o sedã e US$ 17.995 (R$ 32.400) para o hatch.











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