Como o setor de produção de carros, o de motos também está passando por maus momentos. Segundo o Sindicato dos Metalurgicos do Amazonas, 35% das demissões registradas na Zona Franca de Manaus foram feitas pelo setor, que registra queda nas vendas.
Comparando o primeiro quadrimestre deste ano com o do ano anterior, o número de demissões dobrou, passando de 4342 para 8673. Claro que o problema não está apenas na economia de modo geral, mas também na escolha que o país fez ao mandar fábricas para uma região inapropriada para a produção de bens que exigem peças de locais distantes.
As fábricas estão sofrendo com a queda nas vendas e com a concorrência chinesa, que tem custo de produção menor e estão melhorando seus produtos. Para os empresários brasileiros a solução é demitir, mas os sindicatos estão reagindo e fazendo com que as fábricas concedam folgas e férias coletivas antecipadas aos seus funcionários. Mesmo assim é impossível não mandar gente para casa. Honda, Yamaha, Dafra, Kasinski e outras empresas mantém linhas de produção na Zona Franca de Manaus.
As empresas que precisam de matéria-prima e componentes produzidas em outras regiões do país ou do mundo têm que arcar com os custos de transportes para um local praticamente isolado do Brasil. A ZFM acaba sendo uma "vantagem" para os chineses, que podem trazer seus produtos e escapar dos custo de produção brasileiro.
De acordo com dados publicados pela Abraciclo e fornecidos pelas suas associadas, o mercado de atacado (de fábricas para concessionárias) no mês de Abril deste ano teve uma queda de 20,2% em relação ao mesmo período de 2011. Passou de 173.735 para 138.608 unidades. Vale lembrar que nem todas as fábricas são associadas à Abraciclo.
Caso a situação piore ― vamos torcer pela recuperação ― as empresas não terão muitas opções, pois mesmo que o governo conceda ainda mais benefícios fiscais, elas terão que pagar o elevado custo de logística. A não ser que subvencionem esse custo, mas aí é uma outra história.
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