Sabemos o quanto os carros
Chevrolet
A Chevrolet já virou referência entre os leitores do NA em relação ao “Ice Blue” presente no painel de instrumentos. Mas não é só isso, existem muito mais itens de série, a maioria dispensável, que serve para parecer mais do que realmente é.
Celta: Emblema LS nas portas dianteiras c/ a designação do modelo, Nova grade corporativa, barra horizontal na cor do veículo e gravata Chevrolet , Lanternas escurecidas e nova gravata Chevrolet na parte traseira do veículo,Luz interna na parte dianteira do teto, entre as sombreiras, Novos controles de ventilação e ar condicionado que além de mais fáceis de usar, possuem iluminação “Ice Blue” , Alojamento para autofalantes dianteiros com telas de proteção integrados ao porta mapas, e a cereja do bolo, Bancos dianteiros individuais, reclináveis com apoios sólidos para a cabeça, fixos. A descrição do último item nos leva a crer que poderia haver algum tipo de apoio em forma líquida, ou gasosa.
Classic: Ele compartilha muita coisa da lista do Celta, mas há um item intrigante: Canaleta sobre o teto, ambos os lados. E isto é uma boa notícia, afinal se eu quiser colocar um bagageiro ele não vai ficar bambo, já que eu vou ter canaletas no teto, em ambos os lados.
Montana: Emblema LS nas portas, emblema 1.4 na tampa traseira, emblema “Montana” na tampa traseira e emblema Chevrolet na tampa traseira. Esta sim é uma pick up “emblemática”.
Effa
Pick Up: Compartimento de carga plano, Design assinado pelo estúdio PininFarina. O primeiro item parece óbvio, pois facilita o transporte. Já o design nos leva a crer que o famoso centro de design assinou uma proposta muito diferenciada em termos de estilo para o pequeno utilitário.
Van Start: Acabamento interno com forração nas portas e laterais. Mais um item de série que dispensa comentários, já que todo veículo com algum tipo de forração, seja ela emborrachada, com tecido ou mesmo plástico.
M100: Bancos individuais “confort” e rebatíveis para trás, painel com design esportivo, Porta luvas, porta copo, porta objeto e porta malas amplo. Essa descrição é basta dúbia pois faltam informações sobre o que seriam bancos individuais confort e também o amplo porta malas (sem mencionar a capacidade).
Fiat
Ela produz o carro brasileiro mais barato e claro que não ficaria de fora desta lista falarmos do Mille. Ainda assim há muitas “bondades” também no Palio e no Novo Uno.
Mille: Assoalho em carpete (imagine sem revestimento algum), Bancos dianteiros reclináveis (o Mille lançado em 1990 nem isso tinha, era opcional), Cobertura da alavanca (empunhadura) do freio de mão, Console parcial(bondade da Fiat chamar uma depressão no próprio carpete de console), Maçanetas e retrovisores externos na cor preta, Painel de instrumentos na cor cinza, Retrovisor interno com função dia e noite (automaticamente acionado pela sua mão) e Sigla traseira Economy. Este último item é muito apropriado para um carro tão econômico nos itens de série.
Novo Uno: Quem foi rei nunca perde a majestade. Carregando o nome Uno, não conseguiria escapar deAssoalho em carpete, Bancos reclináveis revestidos em tecido e cobertura da alavanca do freio de mão. Se seguisse a Effa poderiam ter inlcuído o design round square.
Palio Fire: Apoio de cabeça dianteiros (a Fiat confundiu itens de série com itens obrigatórios), Maçanetas e retrovisores na cor preta e Revestimento interno completo nas colunas centrais e traseiras. Já o Mille e o Ka tem de série a vista interna da lataria.
Ford
O Fiesta exibe orgulhoso itens de série como travas elétricas, alarme e abertura interna da tampa do porta malas. Não é nada muito interessante, mas como “em terra de cego quem tem um olho é rei”, a montadora se aproveita disso para valorizar o seu carro de entrada. O Ka também tinha estes itens, mas foi depenado nesta última reestilização para ficar mais barato e neste caso, teve que recorrer ao uso da imaginação.
Ka: Chave única para ignição e abastecimento, Lentes translúcidas escurecidas nas lanternas traseiras. A Chave única é uma novidade para o Ka, pois antes eram duas, uma para as portas e ignição, a outra para a tampa do bocal do combustível como nos carros antigos.
Renault
Os carros Renault também são básicos mas não recorrem tanto a descrições inusitadas para conquistar novos clientes. Mesmo assim, é possível encontrar algumas “pérolas”.
Logan: Temporizador do limpador do para-brisa, Friso cromado integrando a grade dianteira. Essa descrição é mais uma dualidade dos profissionais de marketing. Aginal, sem um friso que integra, a grade ficariadesintegrada.
Kangoo: Luz traseira de marcha ré, Painéis das portas dianteiras com apoio de braço integrados, porta objetos e porta garrafas. Luz traseira de marcha ré? Precisa mesmo citar isso, Renault? Este é mais um exemplo de item obrigatório que não deveria ser citado na lista de itens de série. Um carro com essa proposta poderia detalhar, por exemplo, os inúmeros nichos e porta objetos, tal qual o Dobló – seu grande concorrente.
VW
A VW nunca foi conhecida por equipar seus carros com muita coisa além do básico, mas a lista de equipamentos de série dos modelos Gol, Novo Gol, Fox e Kombi é realmente desesperadora.[
Gol G4: Duas portas (já pensou se fosse só uma?), tampa do bocal do tanque com chave (esse mundo anda muito perigoso) e um clássico das listas de equipamentos, a Supercalota. Este item de tão curioso ganhou até um sobrenome, já que a supercalota tem o chamado design Tarumã.
Gol G5: Instrumento combinado com hodômetro parcial (tudo junto, velocímetro e hodômetro, no mesmo espaço, sem ocupar mais nenhum lugar no amplo painel) e supercalotas design sakhir.
Fox: Detalhes internos pintados (Quais? Que cor?).
Kombi: Janela traseira em vidro transparente, aquecível. Se não bastasse ser transparente, ainda é aquecível, graças a uma série de frisos vermelhos que conduzem eletricidade, é bom explicar.
É engraçado… E trágico ao mesmo tempo. Quando uma empresa tem que recorrer a coisas óbvias para descrever um produto, é porque ela não tem muito a dizer sobre ele. Aqui fica evidente a falta de equipamentos de série mesmo em carros básicos, e este recurso não é novo. Já encontramos em catálogos antigos os “para-choques pretos”, “volantes espumados” e até “retrovisor do lado direito”. Ainda temos muito a aprender para nos tornamos um mercado consumidor maduro.
Ainda lendo a lista, vemos o porquê dos carros chineses chamarem tanto a atenção do consumidor e de estarem fazendo algum sucesso. Com uma lista de itens de série com itens realmente importantes, fica fácil entender o motivo de tanto interesse, ainda que haja outras coisas a serem pesadas, como assistência técnica e durabilidade.
Seja como for, esta breve matéria mostra um raio X das grandes montadoras e seus produtos mais simples, uma vez que até mesmo as versões “equipadas dos compactos” não os exclui da lista de populares. Cabe ao consumidor uma postura mais ativa com relação aos carros simples, que não oferecem as mínimas condições de segurança (não contam com itens como freios ABS, distribuidor de frenagem, freios a disco nas quatro rodas, acelerador eletrônico com bloqueio de pedais, air bags, entre outros).
Ainda que a legislação obrigue a instalação de alguns desses itens, ainda estaremos aquém do ideal mesmo nos compactos equipados. E assim fica a sugestão para o que consumidor reflita sobre a realidade do mercado automotivo brasileiro. Isso para o seu próprio bem, e para um amadurecimento mais acelerado da indústria automotiva. Isso sim a fortaleceria bastante.
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