Até porque, com a estratégia de vender o Série 3 na faixa dos R$ 100 mil, o médio-grande virou o sedã de status da marca. Aquele que faz cabeças virarem nas esquinas. Essa tal fama da Série 5 vem muito por causa do seu desempenho. E é exatamente na versão topo de linha que isso fica mais claro.
Afinal, na 550i, o valor cobrado pela marca é quase tão impressionate quanto a ferocidade do motor que fica sob o capô. Lá está um V8 de 4.4 litros biturbo que permite ao carro ter um desempenho dos mais instigantes. São 407 cv disponíveis a 6.400 giros e um volumoso torque de 61,2 kgfm que fica disponível entre 1.750 e 4.500 rotações.
A transmissão automática de oito marchas feita pela ZF joga a força para as rodas traseiras e, assim, o zero a 100 km/h é feito em 5 segundos. Nada mal para um sedã de 1.830 kg, repleto de equipamentos de conforto. E a máxima é de “apenas” 250 km/h por causa do limitador eletrônico.
A grande quantidade de eletrônica também está distribuída no resto do carro. Na suspensão, por exemplo, o 550i usa amortecedores com controles eletrônicos, que mudam o nível de rigidez conforme a solicitação do motorista. Para isso, basta escolher uma das quatro definições do Dynamic Drive: Comfort, Normal, Sport e Sport+. O equipamento também modifica as respostas do acelerador, transmissão e peso da direção, que ficam mais ou menos reativas e diretas.
Obviamente, o conforto também não poderia ser esquecido. A lista de equipamentos é farta nesse aspecto. Existem itens triviais para um carro deste porte, como ar-condicionado de quatro zonas, câmara de ré, bancos com ajustes elétricos e outros bastante interessantes, como a tela de 8,8 polegadas com GPS com mapas em 3D, as duas telas extras para os bancos traseiros e o controle de cruzeiro adaptativo.
No quesito segurança, o BMW vem com seis airbags, ABS com EBD e controles de estabilidade e de tração. Na briga entre os médios-grandes, não poderiam faltar os rivais à altura. Portanto, estão lá Mercedes-Benz e seu E500 e Audi com o A6.
Ambos também procuram fazer a ligação entre desempenho e requinte. A favor da BMW, no entanto, está a tradição em fazer carros rápidos e confortáveis com maestria. E o 550i é uma das principais provas disso.
Ponto a ponto
Desempenho – É absolutamente arrebatadora a maneira como o BMW 550i ganha velocidade. O V8 biturbo move o sedã médio-grande com grande vitalidade e parece tranformar o carro de 1.830 kg em um esportivo ligeiro quando se pressiona o acelerador. Muito disso é “culpa” do brutal torque de 61,2 kgfm que fica disponível na longa faixa entre 1.750 e 4.500 rpm. Portanto, em praticamente qualquer situação, o propulsor entrega a sua força máxima. O câmbio automático de oito marchas é muito bem escalonado e faz trocas em ótimas velocidades. O zero a 100 km/h é feito em 5 segundos. Nota 10.
Estabilidade – Dependendo da escolha no Dynamic Drive, o comportamento do 550i muda radicalmente. No acerto mais esportivo, ele se torna um devorador de curvas, com suspensão bem dura e muita aderência. No modo mais confortável, os amortecedores ficam mais moles e a carroceria rola um pouco mais. Mesmo assim, em nenhum momento ele sequer sugere qualquer perda de aderência ou da trajetória correta. Em acelerações fortes e frenagens bruscas, o carro também se comporta da melhor maneira possível, sem qualquer “efeito gangorra”. Nota 10.
Interatividade – As funções vitais do carro são simples de serem controladas, com comandos intuitivos e bem localizados. O volante reúne botões do sistema de som, Bluetooth, computador de bordo, borboletas para trocas de marcha e controle de cruzeiro adaptativo. O iDrive, que comanda o sistema de entretenimento evoluiu com o tempo, mas ainda tem um funcionamento um tanto confuso. São muitas funções diferentes comandadas apenas pelo botão giratório no console central e é necessário algum tempo para se adaptar. O comando para o sistema de telas de LCD traseiras também é confuso. Nota 8.
Consumo – O BMW 550i conseguiu a média de 6,5 km/l. Um número bom para um modelo com motor V8 de 4.4 litros e quase duas toneladas. Ainda não há medições do InMetro para o sedã. Nota 7.
Conforto – Os bancos são revestidos de um couro de ótima qualidade, têm bons apoios de lombar, coxas e laterais e a espuma é de ótima densidade. No modo mais confortável do Dynamic Drive, a suspensão fica bem molenga, o que deixa o carro bastante confortável. Nas definições mais esportivas, como não poderia deixar de ser, as imperfeições do piso são passadas para o interior sem grandes cerimônias. Apesar de ter cinco cintos de segurança, o terceiro ocupante do banco traseiro viaja com pouco conforto. Tanto pelo alto túnel da transmissão, que rouba o espaço das pernas, quanto pelo próprio desenho do assento, que é elevado no meio. O 550i, como qualquer sedã médio-grande, foi pensado para quatro passageiros viajarem. Com muito conforto. Nota 9.
Tecnologia – A plataforma é nova, de 2010, com larga utilização de materiais nobres. O trem de força também é dos melhores, com um motor biturbo e uma nova transmissão automática de oito velocidades. A suspensão adaptativa torna o modelo muito versátil e a lista de equipamentos é outro destaque, com sistema de entretenimento e GPS com tela de 8,8 polegadas e som de alta fidelidade, ar-condicionado de quatro zonas, seis airbags, controle de estabilidade, câmara de ré, assistente de estacionamento, telas individuais traseiras, entre outros. Nota 10.
Habitalidade – A imensa quantidade de equipamentos eletrônicos e difusão de madeira e couro no interior sacrifica um pouco a quantidade de porta-trecos no médio-grande bávaro. Mesmo assim, um nicho com bom tamanho se esconde no console central, que pode abrigar uma boa quantidade de objetos. Os acessos são muito bons, com vãos de abertura decentes. O porta-malas leva 520 litros de bagagem. As alças não tem amortecedores, mas ficam escamoteadas no interior do compartimento. Nota 9.
Acabamento – Em todos os lugares por onde se olha, existe material de alta qualidade e com ótima montagem. A parte central do painel recebe acabamento em madeira, enquanto que um bom pedaço do console central tem o mesmo couro de ótima qualidade que reveste o volante e os bancos. Nota 10.
Design – É um carro com design sóbrio, tipicamente alemão, mas agradável. Todos os volumes são harmônicos e combinam entre si. Um olhar cuidadoso mostra que a carroceria é lotada de vincos, que passam a impressão de um carro “musculoso”. As rodas de 19 polegadas têm 10 raios e desenho clássico. Nota 8.
Custo/benefício – É uma máquina lotada de tecnologia, conforto e capaz de um desempenho avassalador. Mesmo assim, R$ 396.050 é um preço difícil de justificar racionalmente. Mesmo quando comparado com os seus concorrentes alemães, o 550i é caro. O Mercedes-Benz E500 custa R$ 421 mil, mas é blindado, enquanto o recém-lançado Audi A6 custa R$ 272 mil, mas é menos potente – 300 cv – e tem de ser recheado por fora. Nota 4.
Total – O BMW 550i somou 85 pontos em 100 possíveis.
Primeiras impressões – Ao toque de um botão
Na essência, um Série 5 deve oferecer prazer de dirigir e conforto a todos os ocupantes, principalmente no banco de trás – no caso de um chofer ficar com o “trabalho duro”. E, na versão topo de linha, a 550i, essa vida dupla está absolutamente explícita.
O contraste de dados, como a aceleração de zero a 100 km/h em meros 5 segundos e uma distância entre-eixos de quase três metros, mostram o quão diferente o 550 pode ser dependendo do que o motorista exigir. Para deixar essa escolha ainda mais fácil, a BMW equipou o modelo com um sistema que permite escolher a resposta do veículo.
O Dynamic Drive fica posicionado ao lado da alavanca do câmbio e tem quatro especificações que mudam tudo. No modo Comfort, por exemplo, a suspensão fica bem macia – dá para perceber a frente do carro subindo e descendo nas imperfeições –, as respostas do motor ficam mais suaves e as trocas de marcha são feitas em rotações mais baixas. A Série 5 fica com a suspensão molenga ao extremo. É quase como se a fera de 407 cv e 61,2 kgfm tivesse sido amansada.
Mas aí é só acionar o modo Sport que parece que outro carro surge. Os amortecedores endurecem bastante – a ponto de deixar uma viagem um tanto desconfortável – e o trem de força “se anima”. Nessa situação, basta pisar fundo no acelerador para ver o corpo do motorista espremido contra o banco e a paisagem do lado de fora passando em alta velocidade.
A linearidade que o motor biturbo entrega a força é espantosa e dá a impressão que se trata de um propulsor aspirado. A sonoridade também é instigante. Mesmo com o isolamento acústico praticamente perfeito, o “borbulhar” do V8 invade agradavelmente a cabine.
A transmissão de oito marchas também merece elogios por fazer trocas rápidas e virtualmente imperceptíveis. Entretanto, apesar da ótima dinâmica que os modos mais permissivos do Dynamic Drive podem proporcionar, falta um pouco de interação entre o motorista e o carro. A direção com assistência elétrica é muito artificial e, em situações extremas, não passa a sensação de precisão que o desempenho sugere.
Ao menos, por não ter esse comprometimento com uma esportividade absurda, há espaço para valorizar mais atributos que melhoram o conforto a bordo. É o caso por exemplo do controle de cruzeiro adaptativo. O seu funcionamento é bem simples. Basta apertar um botão e escolher a velocidade desejada.
A partir daí, o radar na dianteira monitora o trânsito na frente e acelera e freia automaticamente. O motorista só precisa mover o volante. Isso se alia ao acabamento interno sublime, GPS com mapas em 3D, sistema de som de alta-fidelidade, tela de 8,8 polegadas no console central e mais outras duas atrás dos encostos dos bancos dianteiros. Ou seja, se por um lado o 550i se assemelha a um esportivo feroz, por outro, é um confortável sedã executivo. Basta escolher qual se quer usar a cada dia.
Ficha técnica – BMW 550i
Motor: Gasolina, dianteiro, longitudinal, 4.395 cm³, dois turbos, oito cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial. Acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático com oito marchas à frente e uma a ré, com opção de mudanças sequenciais na manopla do câmbio ou através de borboletas no volante. Tração traseira. Controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 407 cv a 6.400 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 5 segundos.
Velocidade máxima: 250 km/h limitada eletronicamente.
Torque máximo: 61,18 kgfm entre 1.750 e 4.500 rpm.
Diâmetro e curso: 88,3 mm X 89 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços em alumínio, molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira independente com braços múltiplos em alumínio e molas helicoidais. Controle eletrônico de rigidez dos amortecedores e de estabilidade.
Pneus: 245/40 R19 na frente e 275/35 R19 atrás.
Freios: A discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS com EBD e assistente de frenagem de emergência.
Carroceria: Sedã com quatro portas e cinco lugares. Com 4,89 metros de comprimento, 1,86 m de largura, 1,46 m de altura e 2,96 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e do tipo cortina.
Peso: 1.830 kg.
Capacidade do porta-malas: 520 litros.
Tanque de combustível: 70 litros.
Produção: Dingolfing, Alemanha.
Lançamento mundial: Fevereiro de 2010.
Lançamento no Brasil: Junho de 2010
Itens de série: Dynamic Drive, sensor de chuva e de luminosidade, retrovisores eletrocrômicos, computador de bordo com display digital, iDrive, controle de cruzeiro adaptativo, câmara de ré, direção ativa, ar-condicinado quadri-zone, revestimento interno em couro, tapetes em veludo, rádio/CD/MP3/Bluetooth e GPS com tela de 8,8 polegadas, duas telas na traseira, seis airbags, ABS com EBD, controle de estabilidade e de tração, faróis bixenôn, teto solar de cristal elétrico e rodas de liga leve de 19 polegadas.
Preço: R$ 396 mil.
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