13 de fev. de 2012

Dinossauros automotivos que ainda podem ser comprados Zero Km (parte 2)



Apresentaremos hoje mais dez modelos, dando continuidade à apresentação de carros nada modernos mas que ainda têm muitos admiradores e continuam vendendo bem em seus mercados. Inclusive no Japão, acredite. Aproveite e mate a saudade de velhos conhecidos que você nem imagina que ainda estão vivos .
Qual o segredo da longevidade deles? Velocidade máxima? Certamente que não, pois poucas vezes é superior a 150 Km/h. Acelerações e retomadas? Quase sempre lentas, então não é isso. Preço? Hum, nem sempre. Por vezes é baixo, por outras nem tão baixo assim. Segurança? Às vezes têm, as vezes não têm. Por que ainda existem? Isto é o que veremos a seguir.
Lada Laika 

Lançamento: Itália, , como Fiat 124 em 1965. E na Rússia, como Lada 2105 em 1966.
Fim de produção na Europa: 1980
Fabricante: Lada, Rússia
Motor:  1.6i a gasolina, 70 cv e 12 Kgmf de torque. Chegou a ter versões diesel em alguns mercados onde foi vendido. Até 2009 tinha um 1.7 gasolina carburado.
Transmissões: Manual, 5 marchas, tração traseira
Consumo médio segundo a fábrica: 11 km/l
Porta-malas: 379 litros
Equipamentos:  Desembaçador do vidro traseiro, ar quente, luz traseira de neblina e regulagem interna dos faróis. Este é dos brutos. Nada elétrico, nada hidráulico e nada de segurança. Mas convenhamos: mais coisas que a Dona Kombi ele tem. Inclusive pode-se escolher cor. Tem rodas e pneus de 15 polegadas.
Por que ainda existe? É um carro à moda antiga com tração traseira e motor longitudinal, que aguenta o tranco dos 45 graus negativos, neve e estradas precárias. É o carro mais barato daquele mercado e o mais vendido até hoje. Foi recebendo maquiagens (facelifts) e motorizações mais contemporâneas (não se pode dizer modernas) da própria Lada. O povo aprova, o povo gosta e o povo compra. O que se pode chamar de democracia, meus camaradas: nem sempre o que todos querem, mas o que muitos elegem. 
Fiat Uno Mille Fire 

Lançamento: 1983 na Europa e 1984 no Brasil
Fim de produção na Europa: 1995
Fabricante atual: FIAT Brasil
Motor: 999 cm ³, flex, com 66 cv e 9,2 Kgmf de torque (Etanol)
Transmissões: Manual, 5 marchas
Consumo médio segundo a fábrica: 10 km/l (E) e 14 Km/l (G)
Porta-malas: 290 litros
Equipamentos: Como opcionais oferece ar condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros, preparação para som e limpador e desembaçador traseiros. No Way, suspensão e pneus mais altos. Segurança? Terço no retrovisor interno (por sua conta).
Por que ainda existe? Basicamente, por que continua vendendo. Todos conhecem e ouvem dizer que é o carro mais barato e econômico do Brasil. Passou a levar o sobrenome Economy recentemente. Ficou evidente que não é tão barato assim ao surgir o Chery QQ com quatro portas e itens de segurança na mesma faixa de preço.   
Volkswagen Santana 2000

Lançamento: 1981
Fim de produção na Europa: 1988
Fabricante atual: Shangai-Volkswagen (CSVW), China
Motores: 1.8i a gasolina, com 100 cv e cerca de 16 Kgmf de torque; 2.0i a gasolina, com 107 cv e cerca de 17 Kgmf de torque
Transmissões: Manual, 5 marchas e Automática, 4 marchas
Consumo médio segundo a fábrica: 11 km/l (1.8) e 10 Km/l (2.0)
Porta-malas: 400 litros
Equipamentos: Airbags frontais, ABS com EBD, ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, rodas de liga leve de 14 polegadas.
Por que ainda existe? Nosso Santana, Passat de segunda geração para os europeus, foi um inegável sucesso de vendas na Europa e no Brasil. E agora mantém o sucesso na longínqua China. Antes de ser fabricado lá, o modelo vinha do Brasil.
Trata-se de um bom projeto, pois desde que nasceu já tinha alguma tecnologia compartilhada com modelos Audi. É confortável e tem mecânica confiável. Por dentro é igual ao nosso de 1990, no que há de bom e no que há de ruim.
O Santana 2000 vende mais de 100.000 unidades por ano na China. Tem ABS, Airbags e cintos de segurança com pré-tensionador. Como conseguiram “espetar” ABS e Airbags no Santanão, nem imagino.
Lada Niva

Lançamento: Rússia, 1977. Projeto Lada, com motor Fiat apenas.
Fabricante: Lada, Rússia
Motor: 1.7i a gasolina, GM, monoponto, de 61 cv e 13 Kgmf de torque. Chegou a ter versões diesel 1.9 aspirado da Peugeot em alguns mercados onde foi vendido.
Transmissões: Manual, 5 marchas, tração integral
Consumo médio segundo a fábrica: 9 km/l
Porta-malas: 265 a 585 litros com rebatimento dos bancos.
Equipamentos:  Lavador e limpador dos faróis, ar quente e desembaçador do vidro traseiro, Direção Hidráulica, Bomba manual para enchimento de pneus, jogo de ferramentas. Rodas de aço e pneus de uso misto de 16 polegadas. Opcionais: Bancos de Couro artificial, Espelhos retrovisores maiores, acelerador eletrônico tipo E-gas, motor com norma Euro 4 ao invés de Euro 3, engate traseiro para reboque e guincho frontal. Não tem: ABS, Airbags e Ar Condicionado (os 3 “A” que estiveram sempre ausentes mesmo no primeiro mundo para onde foi exportado, como Austrália e Canadá).
Por que ainda existe? É um carro com inegáveia aptidões fora de estrada com suspensões independentes com molas helicoidais, sistema de tração integral co bloqueio central de diferencial. O que faz com que o Niva seja valente sem ser tão duro e desconfortável assim. A um preço imbatível na categoria dos verdadeiros fora-de-estrada. Consegue rebocar outro carro mais pesado que ele. Vem de climas inóspitos – lembre-se que o inverno russo é tão rigoroso que foi o responsável pela derrota de Napoleão Bonaparte. Ainda tem muitos fãs brasileiros e ensaia voltar ao mercado nacional. Tem versões 5 portas alongada e chegou a ser fabricado também com a marca Chevrolet, numa versão mais modernizada, de 2003 a 2009.
Chevrolet Chevy 3 Portas (Nosso antigo “Corsinha”)

Lançamento: 1990 na Europa e 1994 no Brasil
Fim de produção na Europa: 2000
Fabricante atual: Chevrolet México
Motor: 1.6i gas com 100 cv e 13 kgmf de torque    
Transmissões: Manual, 5 marchas e Automática, 4 marchas opcional
Consumo médio segundo a fábrica: 14 km/l (1.6 Gas)
Porta-malas: 236 litros
Equipamentos:  ar condicionado, direção hidráulica, alarme, vidros e travas elétricos, som com MP3,rodas de liga leve, faróis de milha e transmissão automática. Não oferece ABS e Airbag. As rodas e pneus são de 13 polegadas.
Por que ainda existe? Além do óbvio (confiabilidade, valor de revenda e preço bom), não se pode negar que o design do Corsa desta geração foi um dos mais simpáticos e acertados de todos os tempos. Com motor 1.6 era bem ágil. Esta opção hatch com câmbio automático pode ser uma opção interessante para quem deseja ou precisa (deficientes físicos) de um carro automático em conta. Certamente, o Corsa / Chevy é o primeiro carro de muitos mexicanos, assim como o foi de muitos brasileiros, alemães, espanhóis, argentinos, holandeses…  
Toyota Crown Sedan            

Lançamento:1955 no Japão. Atualizado em 1998
Fabricante atual:Toyota, Japão
Motor: 2.0 vvti gas com 110 cv e 19 kgmf de torque. Versões movidas a GLP e diesel 2.4 conforme o mercado.    
Transmissões: Manual,de 4 ou 5 marchas e Automática, 4 marchas. Tem suspensões independentes nas 4 rodas.  Tração traseira. Já teve versão station (perua).
Consumo médio segundo a fábrica:  10 km/l
Porta-malas: acima de 500 litros
Equipamentos:  ar condicionado, direção hidráulica, alarme, banco dianteiro do passageiro com opção de se tornar escamoteável para apoiar os pés do passageiro de trás, apoio de braço dianteiro e traseiro com porta-copos, vidros e travas elétricos, sistema de som,rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de milha, ABS e Airbag.  Opções de som que vão de toca-fitas a Central multimídia. Para táxi, pode vir com porta traseira ativada pelo motorista.
Por que ainda existe? Toda sociedade tem seu VW Santana e seu Ford Crown Victoria (finado faz poucos meses nos EUA após 55 anos de vida). Trata-se de sedãs que se modernizaram o necessário, ficaram mais baratos e caíram no gosto dos policiais e dos taxistas. O Crown Sedan é utilizado para estas finalidades em Singapura e também em Hong Kong, além do Japão. Neste último país o sedã é também utilizado por auto-escolas. No mercado frotista ele é Rei (sinal que seu nome Crown, de “Coroa”, deu-lhe sorte!)
Nissan Tsuru (Sentra 3 ª Geração)

Lançamento desta geração: 1991 na Europa, México e Japão
Fim de produção desta geração na Europa: 1994
Fabricante atual: Nissan, México
Motor: 2.0 16v com 142 e 20 kgmf de torque e 1.6 16v com 105 cv e 15 Kgmf de torque (para Chile e alguns outros países)
Transmissões: Manual,de 5 marchas e Automática, 4 marchas.
Consumo médio segundo a fábrica:  11 km/l (2.0) e 13 km/l  (1.6)
Porta-malas: 338 litros
Equipamentos:  direção hidráulica. Ar condicionado e computador de bordo opcionais. Rodas de aço de 14 polegadas. Não oferece ABS e Airbag.
Por que ainda existe? O Nissan Sentra, que hoje está em sua sexta geração, sempre gozou de uma reputação de carro durável e de mecânica confiável. Por ser leve, 980 Kg, o Tsuru não é considerado lerdo, mesmo na versão 1.6. É sucesso de vendas no México e no Chile, mercados onde a Nissan opera há bastante tempo, fato que confere baixo custo de manutenção aos carros da marca, atraindo empresas e cooperativas de táxi como compradoras fiéis. Está sendo substituído aos poucos pelo Tiida Sedan.
Maruti Gipsy King (Suzuki Samurai 2ª Geração)

Lançamento desta geração: 1981 na Europa e Japão. E 1985 na Índia
Fim de produção desta geração na Europa: 1994
Fabricante atual: Maruti, Índia
Motor: 1.3 16v com 80 cv e 10,5 kgmf de torque. Existe a Diesel mas não é tão popular na Índia   
Transmissões: Manual,de 5 marchas com seleção manual de tração e reduzida
Consumo médio segundo a fábrica:  15 km/l  
Porta-malas: menos de 200 litros
Equipamentos:  Nem direção hidráulica, nem ar condicionado, tampouco ABS e Airbag. Muitos ficam felizes quando o seu vem com bancos almofadados e espelho retrovisor do lado do passageiro. Vem com rodas de aço e pneus off-road de 15 polegadas.
Por que ainda existe? Tem fama de simples, confiável e ligeiro. Dizem que o Samurai é o Jeep Wrangler asiático. Seu público-alvo principal são sitiantes ou profissionais que transitam por estradas rurais e o exército indiano. Ou seja, o Maruti é exigido mesmo. E não desaponta. Sua geração atual é a terceira, que, sorriam brasileiros, será feita aqui em 2012. Apesar de seu tempo no mercado, cada geração leva em média 14 anos para sofrer alterações profundas, o que não o deixa tão desatualizado apesar da idade.
Volkswagen Citi Golf (Golf 1ª Geração)

Lançamento desta geração: 1974 na Europa. E 1984 na África do Sul.
Fim de produção desta geração na Europa: 1983
Último Fabricante: VW da África do Sul. Até 2010 havia estoque do modelo enquanto seu sucessor o VW Polo Vivo igual ao brasileiro testava o gosto do consumidor. Está aqui por esta curiosidade e de certa forma como uma homenagem ao carro que nasceu para ser um Fusca Revolucionário.
Motor:  1.4i 8v com 75 e 85 cv e torques respectivos de 11 e 12 Kgmf. Ou um 1.6 de 100 cv capaz de levá-lo aos 100 Km/h em 9,7 s e aos 190 Km de máxima. Nada mau, hã?
Transmissões: Manual,de 5 marchas
Consumo médio segundo a fábrica:  de 12 a 14 km/l 
Porta-malas:  260 litros
Equipamentos:  Mais ou menos em dia com a tecnologia. AirBag? Apenas para motorista. Direção hidráulica ao invés de elétrica. E ar condicionado analógico. Mas traz ABS de série e computador de bordo. Vem com rodas de liga leve de 15 polegadas.  E confiabilidade alemã.
Por que ainda existe? Está aqui um carro que disse a que veio desde que nasceu: ser o sucessor do Fusca mudando padrões (refrigeração líquida ao invés de aérea, tração dianteira ao invés de traseira) mas sem sentir-se inferior. Não o substituiu na verdade, mas ganhou a confiança e admiranção de muitos beetlemaníanos. No mínimo conseguiu o respeito deles. No caso do Citi africano, sua substituição foi sendo adiada ao máximo. Mudou muito, muito pouco: volante, parachoques e rodas. Virou um “dino” Cult. Explicação? Muito bem projetado e design by Giugiaro.
Iran Khodro Pars (Peugeot 405)

Lançamento desta geração: 1987 na Europa e também no Irã e Egito
Fim de produção desta geração na Europa: 1997
Fabricante atual: Iran Khodro Industrial Group, Irã e Egito
Motor: 1.6i 8v com 100 cv e 14 kgmf de torque e 1.8i 8v com 110 cv e 16 kgmf de torque 
Transmissões: Manual,de 5 marchas
Consumo médio segundo a fábrica:  12 km/l (1.6) e 11 km/l (1.8) 
Porta-malas: 450 litros
Equipamentos:  Ar condicionado, direção hidráulica, CD player de painel para 6 discos, piloto automático, vidros e retrovisores elétricos e vidros escurecidos ABS e Airbags ele não tem. Como item de segurança, cintos com pré-tensionador. E só. Esteticamente, rodas de liga de 14 polegadas opcionais estão disponíveis.
Por que ainda existe? O Peugeot 405 francês foi um carro de sucesso em todo o mundo, inclusive no exigente mercado europeu. Teve versão turbinada e com tração integral. Os que vinham para o Brasil eram Argentinos e não foram fabricados com o mesmo esmero. Tem design de Sérgio Pininfarina, de cujas pranchetas saíram belosAlfas e Ferraris, entre muitos outros. Como é de praxe, carros como o 405, durante a sobrevida, recebem atualizações caseiras de estilo. A última foi para deixá-lo com cara de 406, seu sucessor. Por dentro é o mesmo, com exceção de um novo volante e uma imitação de madeira no console em versões mais caras.
Apesar de estar no clube dos dinossauros, seus genes leoninos fazem dele um carro confiável e ágil devido ao peso de 1190 Kg, o que não é tanto. Chega a 190 Km/h de máxima.
E você, levaria qual desses dinossauros sobre rodas para casa? Por que e quanto aceitaria pagar por ele?










0 comentários:

Postar um comentário

Todos os comentários são previamente moderados e só após a análise serão publicados.
- Não serão publicados comentários que fazem o uso de palavrões ou desrespeito a terceiros.
- Comente apenas sobre o artigo acima, caso contrário use o nosso formulário para contato para as demais perguntas.
- No caso de perguntas sobre o artigo, as mesmas serão respondidas pelo mesmo formulário abaixo.
- Não use os comentários para fazer divulgação ou a prática SPAM.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...